quarta-feira, 16 de julho de 2008

Palavra! Palavra!




A Palavra em si só,
(casca fechada em noz, dura e cerebral)
impenetrável em seu segredo,
é silêncio e ócio:
Nada.

É preciso abrir em nós,
generoso e emocional,
penetrável em sua receptividade,
o Som do Sim da Palavra:
Tudo.

Palavra quer ser presente, Ente
da raiz à sintaxe:
Léxico bom.
Gosto de língua madurada
no céu da boca de quem fala.
A Palavra quer ser estrela estalada
na ponta da língua,
Iluminar feito oração...
Frase que acende
a fé de quem faz do verbo
sua cruz e salvação.
A Palavra é vela no escuro
prometendo orações infindas.

O poeta abre o signo:
Que venham os significados!

A caixa de Pandora aberta
faz a festa das bacantes
na fresta da orgia das palavras...

Quem pode deter um verbo aberto?!
Solta o verbo!

Quando caio de língua num mantra
A palavra me exercita,
Oralidade das orações sagradas!
Me decifra e me devora: Palavra! Palavra!

Poesia é a mágica que faz
A Palavra generosa,
Perpetuada na carne de um povo,
Ser aberta e mostrar seus tesouros:
Oh, Sésamo! Abra-te língua!
10.06.2008

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