quarta-feira, 30 de julho de 2008

Serenidade ( silêncio )

Dos silêncios da calmaria
um gesto de algodão em flor,
quase nada, voz serenada,
a maciez do conforto:

AMOR.

Da suavidade das sedas
um gesto de cílios entreabertos,
um lento piscar feminil,
brandura inocente:

AMOR.

Da paciência oriental
da cerejeira rosa, do outro lado do Ser
um gesto de amanhecer serenado,
um orvalho de fruta calada,
um veludo de voz pueril:

AMOR.


O trânsito das gentilezas flexiona o espírito empedernido...


Há de haver em todo homem
o tempo das amenidades,
o silêncio dos segundos íntimos,
lá onde Deus se descobre
e a vida nos parece possível.

Há de haver um milagre.




17/11/1995

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