Ao fundo o entardecer
assinala sua silhueta
realçada como um vulto
que se perde no campo
de lavanda.
O perfume adere-se
impregna a hora áurea
em nota olfativa
afirmada na essência
do entardecer.
Leve, a aura da tarde:
lívida vívida vida violácea...
entretons gradativos
sugerem sutil desmaiar
da hora que se esvai...
Um perfil construído
quadro vivo da memória
um sentimento decalcado
da natura paisagem.
A tarde é o espelho-alma!
É justo que se ajuste sua sombra
ao fundo do entardecer.
No campo da visão
se confundem imagem-
sombra
em pura púrpura cor.
Pululam o olor e a poesia...
O que se confunde não é a imagem-
sombra
não é o perfume campestre
chamado saudade
mas tão somente
um pétala memorial.
Ajusto sua sombra
imagem-saudade
delicadeza da lembrança:
deja vu...
Deixo vir todas as cores
O olor ora fugaz, ora raiz,
qual sonho Dali
transcende e acende
o fulgor à flor do sexo...
Complexo nexo do amor.
Réstia de sol vai lhe trazer
por entre as tintas florais,
onde incide a delicadeza.
Deixo vir todas as cores
no perfume campestre.
Sonho Dali
transcendendo o relógio
que escorre entre o tempo e o atemporal
daquilo que não se assina
no campo da visão:
Olhar de artista.
30.05.2008
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