Eu que não morro
se não vens,indiferente ao que tens,
riscos não corro
se me deténs
naquilo que fere rente
e a outrem agoniza
em graus fahrenheit.
Não és brisa, mas agitas Bandeira!
Tua face não é lisa... Não, Elisa!
És áspera e exasperas!
Nêspera de véspera.
Temporã que brota em mim,
fora de época:
eu que não estou nem aí!
Sou diferente, indiferente a ti...
Nada tenho com isso,
mas brotas em meu tempo
na madeira do papel
e me apiedo do poeta:
Pietá! Pietá!
Sei quem tu és:
mulher igual a todas,
igual a mil em mil!
Mulher diferente, indiferente mulher!
Sei da voz que ensina que tu és
desumana...
E eu que nem sei de ti,
tirana,
achei-te mesmo
desumana
desumana Elisa!
15/04/1999
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