sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Flamboyant e Madrigal ( para Luciene )


Flamboyant e madrigal
madrugada dos sonhos:

lembranças...

Flor boiante à flor do dia...
Imensa árvore, clara na mente,
lembrança na clarabóia
da recordação.

Flan das delícias flamboiantes
de raiz, caule, flor e frutos.
Imensa árvore da infância,
imensa tarde sob a sombra luzidia.

Luz e dia
de um farol-mulher a me guiar.



- Oh, maninha!
Que flor tu eras?!
Quem tu és?



Lavanda do meu espírito,
lavavas na bacia,
em água límpida de espelho,
algo que se confunde na lembrança:
roupas, canções, seus sonhos, meus dias...

Meu olhares de menino...
Madrugastes, madrigal,
em flor boiante do passado.
Agora és flor do meu verso,
canção pastoral em muitas vozes:
alaúde, clavicímbalo, harpa:
flores de um cromatismo intenso!



- Oh, maninha...



Flor-flamboiã do meu passado,
vermelha como o amor,
caindo suave, doída, no colo,
nesse amplo e fenestro
quadro da memória.

Dias verdes desta vida,
tesura de alabastro,
balaústre do meu viver...



- Cantigas de irmã...
Tudo para sempre.







05.11.1996

Um comentário:

Carmen Regina Dias disse...

Poeta,

Sinta a delicadeza do bico do
beijaflor encantado,que balança
parado no longo braço da flamboiã
que te trago.
É um presente que te dou, em retribuição ao magnífico
Flamboyant e Madrigal.

Tanta beleza neste presente...

O chão é um tapete rubro, em chamas.
O vento soprando é um bálsamo pro corpo e pra alma.
Os galhos se mexem, as rendas de jade flutuam no ar, mas o beijaflor, nem aí...

Minha flamboyant de limopotro ao pé. As folhas esvoaçam e as flores brancas do gengibre ao pé da janela exalam perfume inefável.

Daqui a pouco o por do sol virá, e o presente que te dou se expandirá para um novo presente, com o chão e o céu em chamas.

Amei, viu...
beijopoesia!