sexta-feira, 1 de agosto de 2008

É vapor... Eva nascente... Evaporante...


Ela dança na rua sua hora
como quem dança pra ninguém
num plano etéreo - não no palco -
como quem na neblina vislumbra
o movimento dentro de si.
E rodopiando evolui na coreografia,
mapeando a geografia do nada,
cega em busca do absoluto.


Dança como quem se esquece,
como um fluxo de sentimento,
um frêmito inesperado... Ela brilha!


Um torvelinho na alma, decalcada do mundo,
ela sobe como quem se abstrai num sonho.
Ela gira - não sobre os pés! - como quem evanesce, exala...
Como se Etérea fosse, baila entre nuvens...

Cirros-cúmulos, cirros! Cirros no bailado dos cabelos...
Seus cabelos são cirros, são seus, são céus, são sóis quando a sós!


Que tu mexas nos cabelos enquanto mechas, fios, desafios, desalinhos formam a forma de um desenho.
O desenho de um corpo, movimentos de madeixas que tu deixas no bailar...

Ela é vapor, é vapor... Eva nascente, Evaporante, Eva pirante!
Ela evapora, exala, evanesce....................................................................................

......................................................................................................................................



02.02.1999

Nenhum comentário: