Arrumei a casa, lavei a louça...
Ouça a sonata da tarde leve!
Leve em consideração
o pequeno som que faz a brisa:
soneto da tarde.
O vento entre a folhagem, lá fora!,
fora a roupa perfumada e o lençol,
brincando no varal, albente,
ente puro em movimento:
momento...
Ser puro movimento puro:
a leveza do Ser escorre, fresca
feito água límpida na fonte!
A tarde é toda minha!
Então, estendi a cama,
varri todo o terreiro,
lavei minhas vidraças,
abri minhas cortinas
para os olhos verem a vida.
Agüei plantas, floresci o dia,
forrei a mesa com renda nordestina,
toalha branca de puro amor!
Incensei de lótus, as quatro estações,
perfumei a casa com o cheiro da alegria.
Um banho n'água tépida pra lembrar
o útero da vida benfazeja!
Banhei-me, sim!
Sentei-me, enfim, lívido e pleno,
a esperar a chegada do Amor.
23.01.99
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