sexta-feira, 2 de maio de 2008

Palinódia


Para desdizer, o in.verso,
todos os sonetos-bolores,
os poemas de desamores,
as tintas mofadas no verso.



Para desdizer imagens, ações,
os adjetivos todos, obscuros,
as letras malditas, os impuros
nomes, inglórias, pontuações.



Palinódia para parar de doer
as almas dos poetas mortos,
encostadas em mágoas e portos,
encrustradas de amargura e fenecer.



Respirar ar puro, limpar pulmões...
Ar, pedra, carvão ou ferro?! Minério
transformado em energia e mistério!
Combustível da alma dos rincões!



Ode e rancor, não! Palinódia e sol,
um soul maior, um som, bemol!
Hai kai do sou nascente ocidental
Um poema para desdizer a Dor total.









03.11.2004




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