sexta-feira, 22 de julho de 2016

A SUPERFÍCIE DE UMA VIDA EM ARREPIOS




















A SUPERFÍCIE DE UMA VIDA EM ARREPIOS  

Só queria agasalhar meu anjo e deixar o seu corpo descansar... ( Chico Buarque de Hollanda ) 






Quem 
me chama e não me deixa dorm.ir
não me deixa vi.ver 
ser feliz
nesses n.osso.s tempos de ninguém

Quem
no frágil nau.frágio
não me deixa ca.lar o indizível
a res.peito de Quem
não teve voz 
não teve vez


Quem


seria este poema que s.urge
est.ruge urra 
me empurra murra surra 
ao nascer do horror 
na costa de bodrum

seria o me.nino que ofegou
afegou e afogou
chegou não chegou
não pode vir a ser

seria a ave síria sem futuro 
migrando
entre a morte certa e a provável

ave refugiada que me brada
nada... nada...
nada


Quem


de uma praia da turquia 
do mar mediterrâneo
me chama

Seria o poema que se debate embalde
se contorce torce o torso 
no embate da palavra afogada
finada

Ou 

O menino que não se move
dorso morto na praia
onde raia o Abate
de uma human.idade lavada
levada
e este poema
de uma superfície de uma vida em arrepios
a ver navios 
mortos na praia






Torres Matrice




Dedicado a Alan Kurdi 


04/09/2015










2 comentários:

Raulzimdimaio@gmail.com disse...

( N ) O AR RESPI - AR

SUA PÚTRIDA
TODA PUTRIFICAÇÃO
É PODRE
DEPOIS DE PUTRIFICADA
NÃO TEM ODOR

ASSIM É PETER
UMA PETRIFICAÇÃO
DE ITA, A PEDRA
QUANDO PETRIFICADA
NÃO SENTE DOR

OH ! SÓLIDA
ROCHA EM SUMA SOLIDÃO
SOBRE A SODIDEZ
DA SOLIDARIEDADE
EM SI MESMA

QUE MODELO
FAZ A MODIFICAÇÃO
PARA NOVOS MOLDES
COM MODERNIDADE
X - TREMA ?

RAUL ZIM DIMAIO

Raulzimdimaio@gmail.com disse...

Errata :
3ª quadra ( estrofe ) - 3º verso : ... SODIDEZ
Lê - se : SOLIDEZ

abraços aos leitores pacientes.